Barra do Rio
Barra
do rio é uma comunidade litorânea do município de Extremóz ,que tem como agente
de leitura Elizabeth , uma
guerreira que transformou a Arca em uma biblioteca comunitária com mais de 2000
livros.
A arca funciona no antigo posto telefônico, fruto
de uma batalha da agente para que a comunidade tivesse uma biblioteca. A mesma
já fez campanha de doação de livros para aumentar o acervo; leva a arca para a escola em datas
propícias para divulgar o programa e incentivar a leitura; além de conseguir estantes e a reforma
da sede.
Três
altos
A
pacata comunidade de Três Altos na zona rural de Almino Afonso ganhou
repercussão nacional nos últimos tempos, por iniciativa de um jovem que sonhou
e acreditou nos seus objetivos de mudar a sua realidade através dos livros e
resolver compartilhar os seus conhecimentos e livros adquiridos, para
construção de uma biblioteca para sua comunidade, como forma de garantir o
acesso ao conhecimento às famílias da localidade.
Com
ajuda de seus pais, que sempre foram seus incentivadores, amigos, e professores,
montou uma biblioteca na sua própria casa, que intitulou de Biblioteca
Juscelino Kubitscheck, um de seus ídolos.
Danilo
sempre se destacou na escola pela dedicação aos estudos e a leitura, e seus
professores sempre doavam livros, que foram se avolumando em sua casa, sendo
hoje parte do acervo da biblioteca.
Sua
dedicação à leitura lhe rendeu o título de melhor redação do estado no concurso
promovido pelo senado federal, no ano de 2010, o que deu visibilidade a seu
projeto.
No
final de 2011 a biblioteca incorporou o programa Arca das letras ao projeto, onde
foi entregue a arca, livros, placa de sinalização, e kit do agente para ampliar
o acervo da JK.
O
grande diferencial da biblioteca é que o agente de leitura é um leitor assíduo,
sabe dar dicas e sugestões além de estimular os leitores a mudar a sua
realidade através da leitura.
Atualmente
Danilo e aluno do curso de Jornalismo na UFRN.
Alguns
momentos marcantes de sua trajetória e experiência na biblioteca
Entrevista ao Projeto Jovem senador com Cristovam Buarque
Encontro com Fátima Bernardes
Documentário do IPEA
A
comunidade de Capoeira dos Negros fica numa longínqua estrada, no município de
Macaíba há 65 km de Natal. Capoeiras como é mais conhecida, é uma comunidade
quilombola constituída por cerca de 230 famílias afrodescendentes.
Assim
como inúmeros grupos e comunidades que lutam por condições dignas de sobrevivência,
em capoeiras não é diferente, após, muitas lutas, conquistaram o certificado de
remanescentes de quilombolas, o que foi uma vitória.
A
comunidade que vive basicamente da produção agrícola, principalmente a mandioca,
conseguiu em 2011 o código de barras e nota fiscal para a cooperativa, além de
ter adquirido um caminhão próprio para transportar a farinha produzida por eles,
o que possibilita a distribuição da farinha para grandes redes de
supermercados.
A infraestrutura da localidade é composta por um
posto de saúde, uma escola municipal até o 5º ano do ensino fundamental, água,
energia, 01 quadra de esportes, 1 associação; 1 cooperativa, 05 igrejas,embora
a religião predominante seja católica,cuja padroeira é Nossa senhora
aparecida ,existe um numero de igrejas evangélicas considerável,além de um sincretismo com crendices populares, oriundas
de cultos africanos e nativos,
As
mídias sociais que têm acesso são a televisão, telefone, rádio, entretanto não possui
acesso a internet o que é um desejo e sonho dos moradores.
O
grande baluarte da cultura local é a dança do “pau furado” nome de um tipo de coco cantado e acompanhado por
instrumentos de percussão, uma dança circular de formação mista, onde há
destaque para um ou dois dançarinos que se movimentam no centro da roda. A
umbigada é o movimento característico desse estilo de dança e funciona para
trocar integrantes do centro da roda.
Na sede da associação, onde ocorrem as reuniões mensais e
acontecem os ensaios de dança e maior parte das atividades da comunidade, funciona
a biblioteca Arca das Letras, que
tem como agente de leitura a vice-presidente da associação Maria das Graças Barbosa,
que nos recebe e repassou as informações da comunidade e o funcionamento da
biblioteca.
A biblioteca encontra-se em funcionamento, onde existem cerca de
cem leitores cadastrados e já foram emprestados mais de duzentos livros. O
acervo foi ampliado através de doações e contam com uma estante complementar. Conforme
informações da agente de leitura os leitores são diversificados e os livros
mais lidos são as poesias, crônicas, infantis e didáticos para pesquisa.
Na ocasião da visita foram entregues complementos de livros, certificado
do agente de leitura,aplicado um questionário de avaliação do programa.Diante das respostas ,onde podemos constatar que não foi feita a capacitação para a gente de leitura agendamos outra visita para capacitação ,
como também para organizarmos a biblioteca,
para deixá-la mais atrativa e acolhedora aos leitores.
Remédio
A educação que transforma o Semiárido
No
Assentamento Remédio, município de Umarizal,
localizada a 334 km da capital, região oeste Potiguar, surgiu em 2003 um grupo
de jovens, Unidos por um Ideal (JUI), composto por 17 jovens, com o intuito de
buscar melhoria para o campo, através da educação contextualizada.
Criticados
por não obter resultados significativos para a comunidade, o grupo apostou suas
fichas no Projeto Arca das Letras, com o propósito de ampliar as
atividades sócio-educativas e culturais de populações rurais, dando
oportunidade ao grupo de mostrar seu potencial de articulação e mobilização.
Com
a implantação da Arca em abril de 2004 no assentamento, onde residem 50 famílias,
aproximadamente 250 pessoas, tiveram inicio as rodas de leitura, que consistem
na escolha dos livros pelos participantes, com discussão e interpretação do
texto através de diversas formas como desenho, oral, teatral.
Com
o desenvolvimento positivo das rodas de leitura a ação foi ampliada através do
Evento Cultural Arca das Letras que a cada ano tem ima temática em discussão
sobre a convivência com o semiárido. No evento são realizadas várias atividades
como gincanas, concursos, palestras, dentro de uma temática escolhida
previamente.
Para
realização do evento contamos com os parceiros, Diaconia; que é uma
organização social brasileira, sem fins lucrativos e de inspiração cristã, que
tem por objetivo a promoção da justiça e do desenvolvimento social e do
Projeto Dom Helder Câmera, que buscam fortalecer a Reforma Agrária e a
Agricultura Familiar no semiárido nordestino,
Os
resultados já são percebidos junto às famílias das crianças envolvidas com as
rodas de leitura,
“Minha filha passou
a ler mais e ainda me convenceu a acompanhá-la às rodas de leitura, afirma a
Maria Zeneide, moradora do assentamento”.
Para
os professores do Assentamento a Arca das Letras é uma aliada da escola. ”Meus alunos
passaram a se empenhar mais nos estudos, adquirindo o hábito da boa leitura”, completa o professor Aurismar Costa.
O
JUI espera que sua experiência se irradie para outras comunidades desse imenso
e rico semiárido, incentivando a leitura e compartilhando o conhecimento e a
informação no meio rural.
Por
Adriana Soares(Agente de Leitura da Comunidade Remédio)
Jucuri
A
Comunidade de Jucurí situa-se à margem da Rodovia BR- 405, a 17 quilômetros do
Município de Mossoró. Na comunidade residem mais de 1000 habitantes.
A
comunidade possui duas escolas de ensino fundamental, uma municipal e outra estadual,
e uma biblioteca comunitária com mais de dez mil exemplares subdivididos em
vários títulos e temas.
A festa de São Pedro no final do mês de junho
é destaque no calendário local e atrai visitantes de várias partes do Município
de Mossoró.
O Programa Arca das Letras tem
como agente de leitura na comunidade, Raimundo Lucas, popularmente conhecido
como "Galego do Jucuri",
Raimundo se descobriu
escritor aos 19 anos, durante uma colheita de algodão, e mesmo com pouca
instrução sua inspiração mostrou que poderia escrever belas histórias.
"Galego do Jucuri" já escreveu dezenas de cordéis, dentre eles
Buscapé e o Indomado Selvagem; A Fagulha Poética e o Conhecimento; Sonhei
andando na selva; Aqui o Lampião se apagou; O Mosquito da dengue no Brasil, que
foi lançado pela editora Sarau das Letras, no Espaço Brincante Arca das Letras, o cordel O Mosquito
da Dengue no Brasil, que utiliza a linguagem métrica e bem humorada da
literatura de cordel para dar orientações sobre a maneira correta de prevenir a
proliferação e combater o mosquito da dengue.
Raimundo participou do Encontro Nacional de
Agentes de Leitura no Rio de Janeiro em 2009, como um dos representantes do
programa Arca das Letras que teve um trabalho significativo e de destaque no estado,
uma vez que através de doações e mobilização na comunidade conseguiu ampliar o
acervo da biblioteca para mais de dez mil exemplares, tornando-se uma das
maiores bibliotecas rurais do estado
Linda Flor
A comunidade de Linda Flor, fica no município de Assu,e está com a biblioteca desde dezembro de 2005,onde são beneficiadas com o programa cerca de 300 famílias,a qual tem como agente de leitura Igerlânia ,que realiza atividades de mediação e incentivo à leitura.
A referida agente é graduada em Letras, poetisa, atriz e escritora.
Segue artigo do livro de sua autoria.
Uma história contada por um de nós há alguns anos sob a
perspectiva dos contos ou causos ouvidos:
Nossos avós nos contaram...
“Anos atrás”... Alguns estrangeiros
(americanos talvez...) em visita a nossa comunidade quando de uma grande
enchente, poucos ou quase ninguém puderam entendê-los. Percebeu-se que
interessavam-se pelo lugarejo, de pessoas simples e “pobres”, porem muito
amigas, dedicadas, e com muita vontade de ajuda-los, mesmo pouco entendendo-os.
Ali algumas casas espaçadas, muita vegetação, muito verde e muitas flores,
entre estas, uma arvore de nome pau D’arco ou Ipê, de cores rochas e
amarelas... isso deixou aqueles visitantes de olhos cheios, também a todos
quantos por aqui passassem (ciganos, viajantes, parentes, amigos todos!). O
lugar se chamava Barro Vermelho por causa de seu chão arisco e vermelho, também
por algum tempo nossos vizinhos tratavam de Tabuleiro, por se localizar numa
área mais alta do que seja “várzea – área de localização de vários povoados”.
As arvores floridas espalhavam-se por
todo lado enchendo de vida aquele lugar e por muitas vezes os visitantes
indagavam: “Que flores lindas!” ou gesticulavam conversando entre eles
apontavam as mesmas flores: “Lindas flores”. Para eles a árvore era uma
estranha novidade.
As pessoas do lugar gostaram e passaram
a adotar o nome: Linda-Flor a partir daquela visita. Não se sabe com exatidão
quando o município o reconheceu.
Hoje bastante mudado, “prosperou” por
esforços dos que aqui moram ou fizeram história, ou migraram, mas que tem ou
tiveram sempre muito amor por este torrão.
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